Aires Forselini trouxe à pauta da Câmara um conjunto de reflexões e propostas que unem experiência histórica, visão de futuro e compromisso com o desenvolvimento sustentável de Pato Branco. Seu pronunciamento percorreu desde lembranças das primeiras reformas legislativas até ideias ousadas para os próximos 30 anos, sempre com foco no fortalecimento da economia local, do meio rural e da cidadania.
Conquistas Legislativas e o Plano Diretor
Forselini relembrou os primeiros embates na Câmara Municipal, quando participou da reforma do Código Tributário Municipal, em vigor até hoje sem contestações jurídicas. Ao longo dos anos, contribuiu para a aprovação de mais de uma dezena de leis importantes, incluindo o Plano Diretor, que vigorou por 15 anos e viabilizou o crescimento planejado da cidade. Ele fez questão de creditar o mérito a figuras como o arquiteto Ciro Cagliari, além de outros nomes que participaram ativamente desse processo, destacando que o desenvolvimento de Pato Branco foi possível graças a esse marco legal.
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social
Uma das propostas retomadas foi a reativação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que tinha como objetivo reunir representantes da sociedade civil, do Executivo e do Legislativo para formular ideias e apoiar o desenvolvimento local. Segundo Forselini, essa participação ampliada da comunidade “não tira nada de ninguém, só acrescenta”, oferecendo ao poder público contribuições valiosas de especialistas em diversas áreas.
Apoio ao Pequeno Produtor Rural
Com preocupação voltada ao futuro da água e da produção agrícola, Forselini defendeu a criação de açudes rurais como medida estratégica de preservação hídrica e incentivo produtivo. Em sua visão, o município deveria assumir parte desse investimento, sem custos para os agricultores, ou mediante trocas em alimentos e leite. Além disso, propôs a criação de um fundo de apoio ao pequeno produtor rural, destinado a investimentos acessíveis e de grande impacto, como ordenhadeiras, resfriadores, estufas e sistemas de irrigação. A ideia é melhorar a qualidade de vida e a competitividade dos agricultores familiares, que muitas vezes não conseguem acessar crédito bancário devido à falta de garantias.
Fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas
Forselini também ressaltou a importância de um fundo municipal de apoio às micro e pequenas empresas, inspirado no Estatuto Municipal das MPEs, do qual foi autor. Ele lembrou que Pato Branco foi o segundo município do Paraná a implementar essa legislação, garantindo adesão ao Simples Nacional e aliviando a carga tributária. Na prática, esse fundo poderia viabilizar pequenas reformas, melhorias de vitrines, estoques sazonais e outras iniciativas capazes de fortalecer o comércio local, com o município atuando como avalista em parcerias com cooperativas de crédito.
Escola Técnica em Parceria Público-Privada com o Sistema 5S
Outro ponto de destaque foi a proposta de utilizar recursos arrecadados pelo Sistema 5S em parceria com associações e sindicatos para a criação de uma Escola Técnica Municipal em regime de PPP. Forselini defendeu maior transparência na aplicação dos recursos do 5S e uma gestão mais integrada com a sociedade, de forma a oferecer cursos técnicos alinhados às demandas reais do mercado, e não formações isoladas ou fora de contexto.
åMetrô de Superfície: Um Olhar para 2050
Com uma visão futurista, Forselini sugeriu a inclusão de um metrô de superfície nos projetos de mobilidade urbana ao longo da BR-158. A proposta, que pode parecer ousada para o presente, é pensada para os próximos 20 a 30 anos, considerando o crescimento da cidade e os desafios futuros de mobilidade. Segundo ele, o sistema poderia conectar zonas distintas da cidade, funcionando em modelo bimodal (ônibus-metrô), garantindo agilidade e eficiência no transporte urbano.
Palco da Cidadania e Resgate da História
Por fim, Forselini propôs a criação do Palco da Cidadania, espaço destinado à participação de pioneiros, lideranças do agro, da indústria, da medicina e de outras áreas, que poderiam compartilhar experiências e inspirar novas gerações. Ele lembrou a importância de registrar a memória viva de personalidades locais, como o recém-falecido Jacomo Trento, ressaltando que “daqui a pouco esses velhinhos morrem, e com eles vai embora uma parte valiosa da história”.
Conclusão
O pronunciamento de Aires Forselini foi mais que uma lista de propostas: foi um convite à reflexão sobre como Pato Branco pode aproveitar sua experiência histórica para planejar o futuro. Com foco em participação social, incentivo à produção rural e empresarial, inovação educacional, mobilidade urbana e valorização da memória, suas ideias mostram que o desenvolvimento de uma cidade vai além de obras e leis — envolve visão, ousadia e a valorização de quem constrói a comunidade todos os dias.
O Valor da Experiência e o Projeto “Palco da Cidadania”
Na parte final de sua fala, destacou a importância de ouvir aqueles que construíram a história do município e deixaram contribuições valiosas em diferentes áreas. Segundo ele, a experiência dos mais velhos e das lideranças que ajudaram a alavancar setores como a indústria, o agronegócio e a medicina deve ser resgatados e compartilhados. A proposta apresentada sugere que essas personalidades sejam convidadas a falar em um espaço institucional, trazendo suas trajetórias, erros e acertos como aprendizado para a comunidade. Ele citou como exemplo o empresário Ibanez Sartori, que esteve presente em sessão recente e, com simplicidade, compartilhou parte de sua caminhada. Ele ressaltou que conhece de perto a luta dessa família e que histórias como essa poderiam servir de inspiração para jovens e empreendedores locais.
Palco da Cidadania: Um Espaço de Aprendizado Coletivo
A iniciativa recebeu o nome simbólico de Palco da Cidadania, um ambiente pensado para dar voz a pessoas que contribuíram para o desenvolvimento econômico e social da região. A ideia é que, mensalmente, figuras de destaque possam compartilhar suas experiências em encontros de curta duração, que ao invés de representar uma “perda de tempo”, podem se transformar em um verdadeiro ganho de conhecimento para toda a sociedade.
Encerramento
|Encerrou sua fala colocando-se à disposição para dialogar sobre a proposta e reforçando a relevância de valorizar o capital humano já existente na cidade. Segundo ele, abrir espaço para que essas lideranças contem suas histórias é também uma forma de preservar a memória coletiva e orientar novos caminhos para o futuro de Pato Branco.
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