O sistema de estacionamento rotativo (Estar) de Pato Branco voltou ao centro do debate na Câmara de Vereadores. Em sessão recente, parlamentares levantaram preocupações sobre falhas de comunicação, dificuldades tecnológicas e os impactos negativos sobre consumidores e o comércio local. A seguir, destacamos os principais pontos levantados no plenário.
A Falta de Informação e o Prejuízo aos Visitantes
O vereador Joecir Bernardi (PSD) abriu a discussão destacando que muitos motoristas de fora da cidade desconhecem as regras do sistema de estacionamento, especialmente por depender exclusivamente de um aplicativo.
Segundo ele, essa limitação cria um problema grave:
- Visitantes que não têm o aplicativo instalado acabam sendo multados sem sequer entender a situação.
- Cerca de 50% do fluxo diário em Pato Branco é de pessoas de outras cidades, o que amplia o alcance do problema.
- O resultado, muitas vezes, é uma multa de R$ 195,00 e cinco pontos na carteira para quem simplesmente não recebeu informação adequada.
Bernard defendeu uma reanálise urgente do modelo, alertando que a medida atual pode afastar consumidores e prejudicar o comércio local, especialmente em um período de crise.
Comércio Local em Risco
O parlamentar também lembrou que diversos eventos têm migrado para cidades menores, como Itapejara, Bom Sucesso, Marióplis e Vitorino, justamente pela dificuldade enfrentada em Pato Branco. “O comércio de Pato Branco, sendo uma cidade líder da região, precisa ter esse avanço, mas sem atropelar o consumidor”, reforçou.
A Questão Política e o Revanchismo
Bernardi ainda comentou sobre acusações de revanchismo na gestão atual, afirmando que quem detém a “caneta pesada” é o prefeito. Ele lembrou que o primeiro ato do gestor foi uma moratória contra o ex-prefeito, que posteriormente acabou sendo revogada. Para ele, a pacificação política depende menos de disputas e mais de foco no trabalho: “Se querem pacificação, quem tem a caneta é o gestor. Menos agonia e mais trabalho.”
Dificuldades com o Aplicativo
A vereadora Thania Caminski também se manifestou, apoiando a ideia de rotatividade, mas criticando a dependência exclusiva do aplicativo. Ela destacou que idosos e pessoas com menos familiaridade tecnológica são os mais prejudicados: “Pode me chamar de burra, mas eu não entendo o aplicativo. Para mim, dificulta muito. Muitas vezes penso em estacionar na minha casa e vir a pé.”
Limitações Legais e Necessidade de Alternativas
O vereador Claudemir Zanco lembrou que o sistema de estacionamento é regulamentado pelo Código Brasileiro de Trânsito (CTB), o que restringe a criação de soluções locais mais flexíveis.
Pontos destacados por ele:
- O tempo máximo permitido é de duas horas. Ultrapassado esse limite, a penalidade é multa direta na carteira.
- No início da implantação do sistema, houve diversas reclamações, mas a Câmara não conseguiu alterar as regras por se tratar de legislação federal.
- No entanto, a comunicação com os motoristas precisa ser aprimorada.
Zanco relatou o caso de um cidadão que foi multado após apenas cinco segundos de atraso, destacando que os agentes estão apenas cumprindo a lei.
Novos Recursos em Discussão
Para minimizar as falhas do atual modelo, estão previstos:
- Parquímetros físicos para pagamento do estacionamento.
- Totens distribuídos pela cidade, facilitando o acesso, principalmente para visitantes que não usam o aplicativo.
Essas medidas, segundo o vereador, podem reduzir as multas injustas e evitar que Pato Branco afaste seus consumidores e visitantes.
Conclusão: A Busca por Equilíbrio
O debate mostrou consenso entre os vereadores: é necessário manter a rotatividade, mas sem penalizar motoristas de forma desproporcional. A implantação de parquímetros e totens pode ser um avanço, mas ainda é preciso discutir formas mais claras de comunicação, especialmente para visitantes e grupos que enfrentam dificuldades com tecnologia. Pato Branco, como cidade polo da região, precisa encontrar soluções que conciliem organização no trânsito com acolhimento aos consumidores e estímulo ao comércio local.
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