Debate na Câmara: Transporte Escolar, Insalubridade e Desafios na Educação

A sessão da Câmara Municipal trouxe à pauta temas sensíveis e de grande impacto para a população e para o funcionalismo público. Entre os assuntos debatidos, destacaram-se a mudança de local do setor de transporte escolar, o projeto sobre adicional de insalubridade e as dificuldades enfrentadas na área da educação.

Transporte Escolar: Mudança de Local e Preocupações

O vereador Alexandre Zoche abriu sua fala destacando a importância do diálogo com os servidores municipais. Ele expressou preocupação com a decisão de transferir o setor de transporte escolar da atual garagem da Prefeitura para o antigo almoxarifado da Copel, localizado na BR, saída para Vitorino.

Segundo ele, a medida gera dúvidas importantes:

  • Houve diálogo com os motoristas e servidores do setor?
  • Todos têm condições de se deslocar até o novo local?
  • Qual será o impacto financeiro para o município?

Zoche destacou que cada ônibus rodará, no mínimo, 4 a 5 km a mais por viagem, aumentando custos com combustível, horas extras e logística. Ele questionou se essa mudança realmente representa economia ou se trará mais despesas. Além disso, alertou que o novo espaço é afastado, pouco acessível e inadequado para o setor. Defendeu que a secretária de Educação e o chefe do setor, Daniel, dialoguem diretamente com os motoristas para avaliar a viabilidade da mudança. “Precisamos pensar em atender bem a população, oferecer condições dignas aos servidores e garantir economia de verdade”, afirmou.

Projeto de Insalubridade: Rejeição e Incertezas

O vereador Lindomar Brandão trouxe à discussão o polêmico projeto sobre o adicional de insalubridade. Ele lembrou que, na sessão anterior, a maioria dos vereadores já havia se manifestado contra a proposta, o que torna sua aprovação improvável.Mesmo assim, Brandão destacou que, seja nesse formato ou em outro, qualquer mudança trará impacto direto no bolso dos servidores, reduzindo consideravelmente os valores recebidos. Ele lamentou a falta de medidas de compensação.

Como exemplo, citou o encontro recente com técnicas de enfermagem, que relataram sobrecarga de trabalho nas unidades de saúde e na UPA, reivindicando:

  • correção do piso salarial da categoria,
  • contratação de mais profissionais,
  • e melhores condições de trabalho.

Para Brandão, o projeto apresenta apenas “o remédio amargo da reforma”, sem soluções equilibradas para compensar as perdas.

Criação de Novas Despesas: Contradição na Gestão

Outro ponto abordado pelo vereador foi a incoerência na gestão dos recursos públicos. Enquanto o município discute cortes com o adicional de insalubridade, tramita na Câmara um projeto que cria uma secretaria, diversos cargos e aumenta a folha em cerca de R$ 600 mil por ano.“De um lado se fala em redução, de outro se cria mais despesas. Isso é incoerente”, destacou Brandão. Ele defendeu que um cálculo mais justo seja elaborado, propondo valores referenciais adequados ou contrapartidas que evitem perdas salariais para os servidores.

Educação: Segurança, Alimentação e Falta de Vagas

Ainda sobre a educação, Brandão relatou a visita da secretária Ivete, motivada por um vídeo publicado em suas redes sociais. O registro denunciava informações incorretas repassadas a pais de alunos, sugerindo que a Câmara estaria bloqueando a contratação de professores de apoio via PSS. O vereador esclareceu que a Câmara aprovou o projeto em regime de urgência, cumprindo todos os prazos legais. O entrave surgiu de uma exigência do Tribunal de Contas, que passou a demandar prova objetiva para contratações temporárias.

Apesar da correção da informação, ele enfatizou outras preocupações sérias:

  • Segurança nas escolas, tema de requerimento protocolado por ele;
  • Problemas pontuais na alimentação escolar, que já estão sendo tratados;
  • Falta de vagas escolares, problema crescente, com pedidos diários de famílias.

Conclusão

A sessão evidenciou que, embora haja consenso sobre a necessidade de reformas e ajustes, ainda faltam planejamento, diálogo e medidas compensatórias. Tanto no transporte escolar quanto na política de insalubridade e na gestão da educação, os vereadores apontaram falhas de comunicação e incoerências na condução das decisões. A mensagem central dos debates foi clara: é preciso ouvir os servidores e buscar soluções equilibradas que garantam eficiência, economia e justiça social.

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