Na última semana, a Câmara Municipal de Pato Branco sediou uma das maiores audiências públicas dos últimos anos, dedicada ao debate sobre a insalubridade no serviço público municipal. O vereador Joecir Bernardi destacou a relevância do encontro, classificando-o entre os cinco maiores realizados nos últimos três anos de mandato, ao lado de debates sobre o Frei Gonçalo, educação e pedágio ainda na gestão do ex-governador Beto Richa. O tema da insalubridade, além de mobilizar grande número de participantes, trouxe à tona a urgência de soluções concretas para servidores que convivem com inseguranças financeiras e profissionais.
A Urgência do Tema
Segundo o vereador, os primeiros depoimentos na audiência revelaram a angústia vivida pelos servidores nos últimos seis a sete meses, quando a pauta começou a ser tratada de maneira mais direta pela Câmara e pela Prefeitura.Muitos trabalhadores têm enfrentado cortes no adicional de insalubridade, recurso que muitas vezes serve para custear despesas essenciais, como financiamentos médicos ou necessidades familiares. A falta de previsibilidade desse benefício gera preocupação e afeta diretamente a qualidade de vida dos servidores.
Gestão de Recursos Humanos e Responsabilidade do Executivo
Bernardi ressaltou que o envio da tabela mínima de insalubridade pelo Executivo pareceu ter atendido apenas a prazos exigidos pelo Ministério Público, sem ampla discussão sobre os impactos reais para os trabalhadores. Para ele, cabe ao prefeito Géri Dutra priorizar uma gestão de recursos humanos eficiente, identificando gargalos e buscando soluções antes de criar despesas.O vereador enfatizou que, após os seis primeiros meses de ajustes iniciais na gestão municipal, chegou o momento de enfrentar os problemas de forma direta: “Agora é a gestão raiz de pessoal no Instituto Pato Branco”, afirmou.
Valorização dos Servidores e Estabilidade Financeira
Um dos principais pontos abordados foi a necessidade de valorizar os servidores públicos, em especial os que lidam com condições de insalubridade. O vereador destacou que a incerteza quanto ao recebimento desse adicional mina a motivação e gera insegurança, refletindo inevitavelmente no serviço prestado à população. Ele defendeu que a Prefeitura, antes de propor qualquer nova despesa, concentre esforços em manter os direitos já conquistados e garantir a estabilidade do funcionalismo atual.
O Papel do Ministério Público e da Legalidade
O vereador também orientou os servidores a levarem casos de irregularidades diretamente ao Ministério Público, reforçando que a lei precisa ser cumprida. Embora tenha evitado atribuir responsabilidades a gestões anteriores, Bernardi afirmou que, daqui para frente, é necessário corrigir falhas e assegurar o cumprimento da legislação trabalhista dentro do serviço público municipal.
O Passado e o Presente da Discussão
O debate sobre a insalubridade não é novo em Pato Branco. Já na gestão do ex-prefeito Agostinho Zucchi, a pauta esteve em discussão, mas acabou sendo paralisada durante a pandemia. Uma comissão de estudos foi aberta e concluída no final do último mandato, mas o projeto não chegou a ser enviado à Câmara. Agora, segundo Bernardi, é hora de buscar soluções efetivas e definitivas, evitando postergar novamente um tema que impacta diretamente a vida dos servidores e, por consequência, a qualidade do serviço público prestado à população.
Conclusão: Servidores como Pilar da Cidade
Ao encerrar a manifestação, o vereador destacou que o verdadeiro destaque de Pato Branco está em seus servidores públicos: “São eles que defendem a nossa cidade, que pagam impostos e que fazem de Pato Branco uma cidade do tamanho que está”. Para Bernardi, a prioridade da administração municipal deve ser garantir que esses trabalhadores exerçam suas funções com dignidade, segurança e estabilidade, antes de pensar em novas despesas ou contratações. O alerta fica claro: valorizar e manter o funcionalismo público é a chave para o fortalecimento da cidade e para a qualidade dos serviços prestados à comunidade.
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