Radiologia e Mamografia em Pato Branco: Desafios, Avanços e Planejamento para o Futuro

Na última sessão da Câmara Municipal de Pato Branco, realizada por meio do Requerimento do vereador Diogo Domingos Grando (PRD), estiveram presentes o coordenador do setor de diagnóstico por imagem, Cássio Aurélio Teixeira, e a secretária municipal de saúde, Márcia Fernandes de Carvalho. O encontro teve como objetivo apresentar e discutir o trabalho técnico e operacional dos serviços de radiologia, raio-x e mamografia no município, além de responder questionamentos dos vereadores sobre a atual situação e o planejamento futuro da área.

Estrutura Atual dos Serviços de Imagem

Cássio Teixeira abriu sua fala destacando a estrutura hoje disponível em Pato Branco:

  • Dois equipamentos de raio-x digitalizados;
  • Um mamógrafo (atualmente sem uso);
  • Um raio-x portátil, cedido para a policlínica, antes utilizado principalmente durante a pandemia.

Segundo o coordenador, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) realiza entre 1.800 e 2.400 exames mensais, dependendo da sazonalidade — por exemplo, períodos de maior demanda respiratória elevam o número de atendimentos. Já no centro, a média é de 300 a 400 exames mensais, volume ainda abaixo do ideal devido à limitação de pessoal técnico.

Demanda Reprimida e Necessidade de Ampliação

De acordo com o relatório de 2024, o prestador terceirizado realizou cerca de 1.000 exames mensais, número insuficiente para atender à demanda da população. Essa defasagem gerou filas de espera, especialmente em casos de retorno de consultas ortopédicas, que exigem exames em prazos curtos (7 a 15 dias). Para minimizar o problema, houve remanejamento de profissionais da UPA para ampliar os atendimentos no centro. No entanto, Teixeira foi categórico: “Precisaríamos de ao menos mais dois técnicos de raio-x para abranger toda a demanda municipal”.

Situação do Serviço de Mamografia

No que diz respeito à mamografia, o coordenador informou que o equipamento municipal permanece inativo devido ao alto custo de reativação e manutenção. Ainda assim, as mulheres não enfrentam fila de espera, uma vez que os exames são realizados integralmente por meio de prestadores terceirizados custeados pelo Ministério da Saúde. Em 2024, foram realizadas aproximadamente 4 mil mamografias, todas sem custo direto ao município.

O Ponto de Vista da Gestão Municipal

A secretária de saúde, Márcia Fernandes de Carvalho, complementou a fala técnica com a visão administrativa. Ela explicou que:

  • O raio-x é considerado exame de baixa complexidade, solicitado diretamente nas unidades básicas de saúde, sem necessidade de regulação.
  • Há uma demanda contínua, característica desse tipo de serviço, já que é frequentemente o primeiro passo para diagnósticos mais complexos.
  • O município mantém contratos com serviços terceirizados, fundamentais para garantir a continuidade dos exames quando há falhas ou manutenção em equipamentos próprios.

Segundo Márcia, o custo atual do raio-x gira em torno de R$ 300 mil anuais em recursos livres do município. A meta da gestão é ampliar o serviço próprio, contratando dois novos técnicos em 2026 e reestruturando o espaço físico para receber melhor a população. A proposta inclui ampliar o horário de funcionamento para até 12 horas diárias (7h às 19h), reduzindo o absenteísmo.

Mamografia: Custeio Integral pelo Ministério da Saúde

Sobre a mamografia, a secretária reforçou que não há intenção de municipalizar o serviço, já que todo o custeio é federal. “Hoje não gastamos nenhum centavo e não temos fila de espera. Seria inviável criar um serviço municipal que traria custos sem necessidade real”, destacou. Ela acrescentou que o próprio Ministério da Saúde revê anualmente o repasse conforme o crescimento populacional e a faixa etária atendida. Dessa forma, a cobertura está garantida sem ônus para o município. Há ainda estudos sobre o destino do equipamento de mamografia local, que pode incluir doação a outro serviço, mas sem impacto direto para os usuários.

Planejamento para o Futuro

O planejamento da gestão inclui:

  • Ampliar o serviço próprio de raio-x até 2026, com contratação de técnicos e reforma do espaço onde antes funcionava o laboratório;
  • Reduzir gradualmente a dependência de prestadores terceirizados, mas mantendo parte dos contratos como garantia de continuidade em caso de falhas;
  • Garantir qualidade no atendimento, oferecendo estrutura adequada e horários ampliados para maior acessibilidade.

Quanto à mamografia, o município seguirá com o modelo atual, financiado integralmente pelo Ministério da Saúde, sem necessidade de investimentos municipais.

Conclusão

A sessão evidenciou os avanços e desafios do setor de diagnóstico por imagem em Pato Branco. Se, por um lado, o município já oferece cobertura adequada em mamografia sem filas de espera, por outro enfrenta limitações na área de raio-x, que exigem investimento em recursos humanos e estrutura física para atender plenamente a população. O compromisso apresentado tanto pelo coordenador Cássio Teixeira quanto pela secretária Márcia Fernandes é de aprimorar a qualidade do atendimento, garantindo eficiência, acessibilidade e sustentabilidade financeira no médio prazo.

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