Abertura da Temporada 2025-2026
Na Câmara de Vereadores de Pato Branco, foi realizada a explanação sobre a abertura da temporada 2025-2026 nos recantos turísticos do município. O encontro contou com a participação de Cássio Lotti, proprietário do Recanto Silvestre, convidado pelo vereador Alexandre Zoche. Também esteve presente Anery Júnior Baggio, representante do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR).
Os Recantos de Pato Branco
Cássio destacou que não falava apenas em nome do Recanto Silvestre, mas representando diversos espaços turísticos do município. Entre eles:
- Recanto Ronsani – a 19 km do centro, com 1 km final em estrada de calçamento.
- Recanto São Francisco – a 20 km do centro, sendo 3 km de estrada de cascalho.
- Recanto Bosi – localizado após 4 km de estrada de chão.
- Recanto Silvestre – a 26 km do centro, com 6 km de estrada de chão.
Esses locais se tornaram importantes pontos de lazer, recebendo mais de 4 mil visitantes por semana no verão. A divulgação em redes sociais já ultrapassou 1 milhão de visualizações, alcançando não apenas cidades brasileiras, mas também países como Itália, Portugal, Espanha, Argentina e Paraguai. Segundo Cássio, isso mostra o alcance e a relevância do turismo de Pato Branco, que vem conquistando espaço internacional.
Adequações à Lei nº 6.445
Sobre a nova legislação municipal, Cássio explicou que os recantos já vêm se adequando:
- Delimitação de áreas seguras para banho;
- Instalação de sinalizações visuais de risco;
- Treinamento de brigadistas em primeiros socorros e resgate aquático.
Ele destacou que, apesar dos contratempos iniciais, houve diálogo com vereadores e se aguarda agora a emenda à lei, que deve reconhecer os brigadistas como alternativa aos bombeiros civis exigidos pela norma. O prazo de 90 dias para o início da fiscalização está prestes a vencer, e os recantos esperam segurança jurídica para continuar operando.
Desafios Estruturais
Apesar dos avanços, Cássio ressaltou dificuldades enfrentadas pelos recantos em relação ao poder público:
- Falta de energia elétrica – recentemente, os recantos São Francisco, Bose e Silvestre ficaram dias sem fornecimento, impossibilitando até o funcionamento básico de água e banheiros.
- Ausência de coleta de lixo – mesmo com milhares de visitantes semanais, os recantos precisam arcar sozinhos com a destinação dos resíduos.
- Estradas de acesso precárias – alças de saída do asfalto apresentam desníveis de até 12 cm, causando danos a veículos; bueiros estão entupidos ou desmoronando; e as estradas de chão sofrem erosões após chuvas, dificultando a locomoção de visitantes e moradores rurais.
Cássio relatou casos concretos de veículos danificados ao acessar os recantos, inclusive acidentes em bueiros mal conservados.
Pedidos de Contrapartida
Em sua fala, foram listadas as principais demandas ao poder público como contrapartida ao esforço de adequação dos recantos:
- Melhoria das alças de acesso às estradas rurais;
- Desobstrução e manutenção de bueiros;
- Pavimentação asfáltica de aproximadamente 10 km para atender os quatro principais recantos;
- Aprovação da emenda à Lei nº 6.445, permitindo que brigadistas treinados atuem na proteção dos visitantes.
Segundo ele, essas melhorias não beneficiarão apenas o turismo, mas também a população da zona rural que utiliza as mesmas estradas diariamente.
Reconhecimento da Cachoeira da Lemoa
Outro ponto relevante foi a entrega simbólica ao vereador Alexandre Zoche do protocolo de cadastro da Cachoeira da Lemoa como atrativo de relevante interesse turístico pelo Estado do Paraná. A conquista, viabilizada por Anery Junior Baggio, abre portas para a captação de recursos estaduais destinados ao desenvolvimento turístico do município.
Valorização dos Recantos
Ao final, o vereador Alexandre Zoche reforçou a importância de colocar os recantos no radar da população de Pato Branco e da região. Ele destacou que o turismo movimenta a economia local, atrai visitantes, gera recursos e contribui para o fortalecimento do município.
Estruturas de Acesso e Funcionamento dos Recantos
Os recantos turísticos da região possuem diferentes formas de funcionamento. O Recanto Silvestre, o São Francisco e o Bosi permanecem abertos durante todo o ano, sem interrupções, salvo em casos excepcionais, como falta de energia ou água. Já o Recanto Ronsoni, que possui piscinas, opera em regime de temporada, com abertura programada para os próximos dias. Essa diversidade permite que tanto moradores quanto visitantes encontrem opções de lazer em qualquer período do ano. Para quem chega a Pato Branco e deseja conhecer esses espaços, basta procurar os responsáveis, já que não há barreiras de acesso além da organização de cada recanto.
Principais Desafios: Estradas e Acessibilidade
Apesar dos avanços e da organização dos empreendedores, os recantos enfrentam desafios significativos relacionados às estradas de acesso. Os últimos quilômetros de estrada de chão são motivo de preocupação constante, especialmente para turistas que viajam com motorhomes, Kombi Home ou carros com suspensão mais baixa. Em alguns casos, os veículos simplesmente não conseguem transitar. Essa limitação gera insegurança nos visitantes e dificulta o crescimento do turismo local. Como exemplo, moradores da região chegam a realizar reparos improvisados nas estradas, colocando pedras em buracos para permitir a passagem mínima de veículos. Melhorias na infraestrutura viária seriam fundamentais para consolidar o potencial turístico, e há expectativa de que, em breve, esses acessos possam ser asfaltados.
Pato Branco pode acessar recursos estaduais para fortalecer turismo rural
Durante reunião na Câmara de Vereadores, o presidente do Conselho Municipal de Turísmo (Comtur), Anery Junior Baggio, destacou novas oportunidades de investimento para Pato Branco. Em junho deste ano, o Governo do Paraná lançou o decreto que institui a Declaração de Atrativo de Relevante Interesse Turístico do Estado do Paraná (ARITE), um mecanismo que permite reconhecer oficialmente espaços turísticos – públicos ou privados – como relevantes para o Estado, abrindo caminho para melhorias estruturais e promoção.
Segundo ele, o processo é feito por meio de autodeclaração, via formulário, em que o responsável deve comprovar a importância do atrativo para a geração de renda, fluxo turístico e impacto econômico. “Já inscrevemos áreas locais, inclusive apadrinhando empreendimentos como o Recanto do Cássio, para que cheguem até a Secretaria de Estado do Turismo”, explicou um dos representantes. A legislação prevê que, além de espaços públicos, também podem ser contempladas áreas privadas, por meio de parcerias público-privadas (PPPs). A possibilidade é considerada inédita, já que até agora não houve nenhuma ARITE concedida a empreendimentos particulares.
Um exemplo positivo vem de União da Vitória, onde dois atrativos foram cadastrados recentemente. Um deles é um trecho de aproximadamente 30 quilômetros da Rota Sul das Cachoeiras, que recebeu parecer favorável e promessa de asfaltamento pelo Governo do Estado. “Ainda não sabemos de que forma será feito o investimento, mas houve a garantia de que os recursos virão”, afirmaram os representantes.
Em Pato Branco, a expectativa é de que a medida beneficie tanto os recantos de lazer quanto o acesso a patrimônios históricos, como a Cachoeira da Lemoa e a antiga hidrelétrica de 1959, no Rio Chupim. Este último local tem valor cultural para o município, pois durante décadas foi passagem entre cidades vizinhas até que, em 1983, uma grande enchente destruiu a travessia sobre as pedras.
A partir do decreto estadual, os empreendedores acreditam que o município pode avançar no fortalecimento do turismo, garantindo melhoria nas estradas de acesso, sinalização adequada e valorização de atrativos locais.
Conclusão
O turismo rural e de lazer em Pato Branco vive um momento de transformação. Com recantos abertos o ano inteiro, iniciativas privadas comprometidas e um movimento crescente para envolver o poder público, a cidade tem diante de si a oportunidade de se consolidar como referência no turismo da região. As principais demandas – melhorias nas estradas e fortalecimento das parcerias público-privadas – são cruciais para ampliar a acessibilidade e atrair cada vez mais visitantes. Ao mesmo tempo, o reconhecimento de atrativos históricos e culturais reforça a identidade local e diversifica as opções para turistas e moradores. Com união de esforços entre empreendedores, poder público e comunidade, Pato Branco pode alcançar um novo patamar no cenário turístico do Paraná.
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