Durante a sessão de prestação de contas do segundo quadrimestre, a vereadora Anne Gomes levantou questionamentos ao chefe do Depatran, Romulo Faggion, a respeito da aplicação dos recursos arrecadados com multas de trânsito e as ações efetivas voltadas à sinalização e à educação no trânsito. O debate trouxe à tona informações sobre a utilização de mais de R$ 2 milhões em multas e os projetos em andamento para melhorar a mobilidade urbana em Pato Branco.
Arrecadação de Multas e Ações de Educação no Trânsito
Segundo a vereadora, a arrecadação de mais de R$ 2 milhões em multas de trânsito neste quadrimestre levanta dúvidas sobre como esses valores estão sendo aplicados. Em resposta, Romulo Faggion destacou que a prefeitura tem priorizado ações educativas, especialmente dentro das escolas. Durante a Semana Nacional de Trânsito, foram realizadas atividades com alunos e com entidades como a APAE. Um dos projetos em andamento é a criação da Escola de Trânsito Infantil, voltada para crianças do 1º ao 5º ano. Para isso, já foi obtido um barracão no Parque de Exposições e estão em fase de licitação a compra de carrinhos elétricos e livros didáticos.
Faggion ressaltou ainda que parte significativa do valor arrecadado permanece em caixa: “Esses R$ 2 milhões estão guardados, e hoje temos aproximadamente R$ 5 milhões destinados ao município.” Além das ações educativas, o chefe do Depatran destacou os custos adicionais com horas extras de agentes de trânsito, especialmente em eventos e corridas realizadas aos fins de semana.
Rateio da Arrecadação: Município e Órgãos Estaduais
Um dos pontos de dúvida levantados foi se todo o valor arrecadado fica com o município. Faggion esclareceu que não: órgãos como a Polícia Militar, Celepar e Detran também participam da fiscalização e recebem parte dos valores por meio de um sistema de rateio. O restante retorna ao município para ser aplicado em ações de trânsito.
Recursos em Caixa e o Debate Sobre o Sistema Estar
A vereadora também questionou a necessidade de manter cerca de R$ 5 milhões parados em caixa, defendendo que esse valor poderia ser aplicado de forma mais efetiva na educação para redução de multas. Esse ponto abriu espaço para discutir o polêmico retorno do sistema Estar (Estacionamento Rotativo).
O Retorno do Estacionamento Rotativo em Pato Branco
Rômulo Faggion lembrou que o estacionamento rotativo sempre existiu em Pato Branco, desde sua criação em 2004/2006, mas foi suspenso na gestão anterior, possivelmente em função da pandemia. O retorno aconteceu após solicitações formais do Sindicomércio e da ACEPB, que representavam empresários insatisfeitos com a falta de vagas no centro da cidade.
Segundo ele, os resultados já são perceptíveis: “Hoje, quem circula pelo Centro de Pato Branco encontra vagas para estacionar, algo que antes do rotativo era muito difícil.” Apesar das críticas iniciais, Faggion destacou que a mudança tem sido bem recebida pelos comerciantes, que já agradecem os resultados. Ele também reforçou que os valores não foram alterados: permanecem R$ 1 ou R$ 2, diferentemente de cidades como Curitiba, onde a multa automática por descumprimento do rotativo chega a R$ 195.
Considerações Finais
O debate evidenciou a complexidade da gestão do trânsito em Pato Branco, envolvendo não apenas a fiscalização e arrecadação de multas, mas também a necessidade de investimentos em educação, estrutura e cultura de mobilidade. Enquanto parte dos recursos permanece em caixa, projetos como a Escola de Trânsito Infantil e a reativação do estacionamento rotativo mostram que há esforços para transformar a arrecadação em melhorias concretas para a cidade.
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