No Paraná, 45% das mulheres empreendedoras têm negócios no setor de serviços. Na sequência, elas estão mais presentes no comércio (19%), na indústria (19%), na agropecuária (17%) e na construção (1,3%). No setor de serviços, destaque para os segmentos de alojamento e de alimentação, que representam 16% dos negócios liderados por elas. As informações são do estudo “Empreendedorismo Feminino no Brasil”, divulgado pelo Sebrae e que mostra o Paraná como o quarto estado do Brasil com mais empresárias, totalizando 549.572.
Da área de eventos, um dos setores que foram mais afetados pela crise, a empreendedora Iara Burg lançou em meio à pandemia, no ano passado, um novo negócio. Trata-se do Espaço Mundo Off, em Santa Inês, noroeste do Paraná, um amplo espaço de lazer às margens do Rio Paranapanema, cuja proposta é pautada em uma tendência de consumo que surgiu com a pandemia.
“Entendemos a necessidade da conexão com a natureza. Somos uma opção para as pessoas poderem sair de casa com segurança e ter um momento de tranquilidade e relaxamento. Os hóspedes podem andar descalços, apanhar frutas, colher verduras. Criamos um turismo de experiência no campo”, explica a empresária.
Ao mesmo tempo que toca o novo negócio, Iara continua atendendo eventos corporativos de forma digital. Além disso, com o know-how da empresa, tem oferecido montagem de fachadas, móveis industriais, entre outros, até climatizador desinfetante de ambientes e superfícies. “Como somos uma fábrica de cenografia, dentro da empresa tinha a área de solda, marcenaria e outras. Peguei os recursos e direcionei para outras finalidades”, diz.
Iara diz que os desafios ainda são grandes, mas que os negócios vão bem. “Se mantiver a saúde financeira até a retomada, estarei feliz. O que não posso fazer é sentar e esperar as coisas acontecerem. Resiliência e propósito não podem faltar neste momento”, declara.
Segundo consultora do Sebrae/PR, Rosineide Pereira, as mulheres tendem a empreender em áreas com as quais possuem maior familiaridade, como alimentação, hospedagem, beleza, embora a atuação em outros segmentos, como o de tecnologia, venha crescendo. Isso porque elas precisam se dividir entre trabalho e cuidados com a casa e filhos.
“Uma das principais motivações para a mulher empreender é garantir renda para a família. Ao mesmo tempo, precisam de flexibilidade para dar conta do trabalho e de compromissos domésticos. Por isso as atividades relacionadas às atividades cotidianas da mulher se tornam atrativas para empreender”, comenta a consultora.
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