​​​​​​​Soluções para Enchentes Urbanas em Pato Branco: Uma Perspectiva da Associação Empresarial

Um dos principais assuntos da pauta da reunião semanal da diretoria nesta semana foi o problema das enchentes em Pato Branco. As enchentes em áreas urbanas, como a Baixada Industrial, São Vicente, Industrial e a Rua Tapajós no Centro da cidade, são um problema recorrente que afeta diretamente nossa comunidade e o setor produtivo. Na reunião da diretoria nesta semana, a Diretora de Meio Ambiente da Associação Empresarial de Pato Branco, Keli Starck, trouxe informações importantes sobre as avaliações técnicas para encontrar soluções eficazes e duradouras.

“É fundamental que abordemos esse desafio com uma visão técnica e integrada”, afirma Keli Starck. “Sabemos que Pato Branco possui três fontes de escoamento principais que contribuem para o volume de água nas áreas afetadas: o Canal do Rio Ligeiro, com seu volume significativo, o Canal da Jaciretã, que drena a microbacia do Bairro Parzianelo, e a rede da microbacia a oeste da Rua Tapajós, com menor vazão. ”

Keli explica que um dos principais desafios reside na baixa declividade do trecho final do Canal do Ligeiro, entre as Ruas Ibiporã e Oswaldo Aranha. Além disso, há singularidades hidráulicas que agravam a situação, como o escoamento superficial das ruas e sarjetas que, por vezes, têm capacidade limitada devido à baixa declividade. A quantidade e a capacidade de “engolimento” das bocas de lobo também são pontos críticos, e a presença de redes de água e esgoto obstruindo trechos da drenagem não ajuda.

Estudos de impacto das obras e soluções técnica para o problema serão avaliadas

Para entender a fundo o impacto desses fatores, Keli Starck ressalta a necessidade de simulações precisas. “Precisamos estimar a capacidade real da nossa rede de drenagem – sarjetas, bueiros e canais – tendo como indicadores as vazões e tempos de pico. O modelo mais adequado para isso é o SWMM (Storm Water Management Model), amplamente utilizado em áreas urbanas, com o apoio de outros modelos como o ABC6 para chuvas e o HEC-HMS para vazões e hidrogramas.” A diretora enfatiza que, diferentemente de um projeto do zero, este é um estudo “ex-post”, focado em simular alterações na drenagem já instalada para reduzir os impactos das enchentes.

As soluções a serem simuladas incluem a avaliação do impacto da bacia de contenção do Bairro Bonato na redução da vazão de pico no centro da cidade após a reforma do vertedor. “Também precisamos analisar a capacidade das sarjetas, o número, a posição e a capacidade dos bueiros, e o dimensionamento necessário para um possível canal adicional na Rua Tapajós, no centro”, detalha Keli Starck.

Diagnóstico e Próximos Passos: O Caminho para a solução definitiva

A Associação Empresarial tem acompanhado o trabalho técnico que já aponta para algumas direções importantes. A entidade buscou avaliações técnicas de profissionais, que já possuem a base topográfica da área central, e analisaram trechos das redes principais, o que permite delinear o estudo com base nas variações observadas.

“Uma incursão da Prefeitura com uma ONG constatou que o trecho do rio não está muito obstruído, com exceção de uma tubulação da Sanepar que pode ter influência localizada”, afirma Keli Starck. Na incursão foi analisado o efeito da bacia de contenção na região da VVL. A boca do canal é pequena, o que provoca represamento e transforma o bairro Industrial em uma espécie de bacia de contenção natural, ajudando a reduzir o impacto das cheias no centro. No entanto, a bacia que deságua pela Rua Tapir, vinda da região do Pagnoncelli, tem uma área significativa e, em caso de chuvas intensas, pode causar enchentes no centro sozinha. ”

A maior preocupação, segundo a diretora, é a coincidência dos tempos de pico dessas duas bacias – a maior e a lateral – o que poderia elevar significativamente a cota de cheia. “Para avaliar adequadamente esses cenários, a proposta é utilizar modelos hidrológicos, especialmente o SWMM, que é ideal para áreas urbanas, permitindo simular diferentes condições de escoamento e impacto. A maior dificuldade está na montagem inicial do modelo, na coleta de dados, mas uma vez feito isso, será possível testar diversos cenários em busca das melhores soluções”, finalizou Keli Starck, ao apresentar o relatório a diretoria durante a reunião semanal, reforçando o compromisso da Associação Empresarial em apoiar iniciativas que visem a segurança e o desenvolvimento sustentável de Pato Branco.

Fonte: Assessoria de Imprensa
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