O Colapso na Saúde de Pato Branco: Um Alerta Urgente à População e ao Poder Público

A saúde como prioridade esquecida

Durante o Grande Expediente da sessão legislativa, o vereador Diogo Domingos Grando (PRD) trouxe à tona um tema urgente e alarmante: o colapso iminente na saúde pública de Pato Branco. Com base em um depoimento contundente do Dr. Fábio Franzoni, médico atuante na UPA e no Hospital São Lucas, Grando fez um apelo direto aos colegas parlamentares e à população: a situação não pode mais ser ignorada.

A UPA e os hospitais: superlotação e ausência de estrutura

O vídeo apresentado pelo vereador inicia com o relato do Dr. Franzoni, que acumula mais de 20 anos de atuação na rede municipal. Ele explica que, enquanto a cidade cresceu de 60 mil para 100 mil habitantes, a infraestrutura de saúde permaneceu estagnada. A UPA, que deveria atender apenas a população local, hoje lida com pacientes de toda a região, como Mariópolis, Bom Sucesso e Turvo, registrando 16 mil atendimentos só no mês de maio. “A UPA não é coração de mãe. Nem sempre cabe mais um”, alertou o médico.

Além disso, o Hospital São Lucas e a Policlínica enfrentam superlotação diária, com pacientes sendo internados em corredores e cadeiras, situação que o médico acreditava ser exclusiva de grandes metrópoles.

A demanda regional e o problema da “vaga zero”

A 7ª Regional de Saúde abrange uma população estimada em quase 300 mil habitantes, incluindo sete municípios do noroeste de Santa Catarina. Apesar disso, Pato Branco não possui um hospital regional, diferentemente de Francisco Beltrão, que além do seu já existente, está construindo mais um em consórcio intermunicipal. O resultado? Pacientes de cidades menores são encaminhados para Pato Branco sob o regime de vaga zero — quando não há leitos disponíveis, mas a urgência do caso exige remoção.

UPA sem estrutura, mas com demanda crescente

O Dr. Franzoni foi categórico: a atual estrutura da UPA é insuficiente. Segundo ele, a falta de leitos e espaço físico impede um atendimento digno, mesmo com o esforço da equipe médica. “Todo mundo que chega é atendido, mas a estrutura não comporta mais. Precisamos de uma nova unidade ou ampliação urgente”, afirmou. Além disso, destacou que a atenção primária nas unidades básicas de saúde poderia ajudar a aliviar o fluxo na UPA — mas até isso exige investimento, estrutura e gestão.

Maternidade em andamento e a lentidão no processo

Um projeto de construção de uma nova maternidade está em andamento, o que deve desafogar a obstetrícia e o atendimento de gestantes. Contudo, o processo é lento, e os recursos são escassos. Atualmente, cinco pacientes incubadas chegam a ser tratadas como se estivessem em UTI, com estrutura precária. Médicos e enfermeiros seguem fazendo o impossível com os poucos recursos disponíveis.

Do orgulho ao colapso: a crise hospitalar é também financeira

Grando alerta que ambos os hospitais da cidade estão em regime falimentar, e o município acumula dívidas com as instituições. Além da sobrecarga física, existe uma crise financeira que ameaça paralisar os atendimentos. “Uma cidade não pode receber o título de polo regional em saúde se seus pacientes estão sendo atendidos nos corredores, sem estrutura, sem médicos, sem especialistas, sem esperança”, enfatizou o vereador.

Especialidades em risco: a ameaça à cirurgia vascular

A crise não se limita à estrutura. Faltam especialistas, e algumas áreas estão à beira do colapso por conta da defasagem da tabela SUS. Um exemplo citado foi a cirurgia vascular: a cidade corre o risco de ficar sem profissionais para atender emergências graves, como rompimentos de veias ou artérias.

Encaminhamentos e apelo ao poder público

Ao final de seu pronunciamento, o vereador foi enfático: a saúde não pode ser deixada de lado. Ele criticou o foco excessivo em obras como aeroportos e asfaltamento enquanto o básico — a saúde — colapsa. “Sem saúde, não adianta nada. Precisamos agir agora. Não é para amanhã, é para ontem”, concluiu. Grando pediu que o poder público volte seus olhos para a saúde municipal, que já virou um caos visível, com relatos crescentes de pacientes sem atendimento e uma rede hospitalar no limite.

Conclusão: saúde não pode esperar

O discurso do vereador Diogo Grando escancara uma verdade inconveniente: Pato Branco está à beira de um colapso na saúde. A cidade cresce, mas sua estrutura não acompanha. Enquanto isso, quem paga o preço é o cidadão, deixado à espera de um atendimento que pode nunca chegar.

O alerta foi dado. Agora é preciso ação.

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