A vereadora Anne Gomes também manifestou indignação com a situação da saúde pública. Ela relatou o caso de uma paciente que aguarda há meses uma cirurgia de tumor de hipófise, com perda parcial da visão, e cuja consulta em Curitiba está agendada apenas para o dia 13 de novembro. “Estamos vivendo uma situação em que o que começa como emergência acaba se tornando eletivo, e o que é eletivo volta a ser urgência. Falta gestão, e a população sofre com isso”, declarou.
Anne recordou que participou de um estudo técnico que embasou a saída do município do consórcio no passado, e destacou que o retorno posterior ao Conims não tem trazido resultados satisfatórios. “Pagar sem poder utilizar muitos dos serviços não é viável. Não podemos nos calar diante dessa realidade”, afirmou.
Desafios no financiamento e repasses hospitalares
A vereadora também destacou dificuldades no repasse de recursos aos hospitais, mesmo com a chegada de R$ 500 mil destinados à Média e Alta Complexidade (MAC) por meio de emenda do deputado Aliel Machado. “Os hospitais recebem por produção, mas isso gera custo adicional. Quanto mais produzem, mais gastos têm, e o município precisa arcar com o complemento. É preciso uma solução que garanta o repasse adequado”, alertou.
Reconhecimento e pedidos de atenção a outros serviços de saúde
Anne Gomes aproveitou a oportunidade para parabenizar o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) pelo trabalho realizado, especialmente no atendimento a mulheres vítimas de violência. Ela citou o caso de uma paciente que recebeu atendimento odontológico completo, recuperando a autoestima. “Parece algo pequeno, mas ver essa mulher sorrindo novamente mostra o quanto esse trabalho transforma vidas”, destacou.
A vereadora também lembrou que desde 2021 nenhuma nova equipe foi incorporada ao CEO, e pediu que o Executivo volte a investir na odontologia municipal, ressaltando sua importância para a saúde e o bem-estar da população.
Conclusão
O debate na Câmara de Pato Branco evidenciou preocupações crescentes com a gestão da saúde pública e insatisfação com a dependência do consórcio regional. Enquanto o vereador Rodrigo Correia defende que o município reassuma o controle das licitações e serviços, a vereadora Anne Gomes reforça a necessidade de melhor gestão, repasses mais justos aos hospitais e fortalecimento dos serviços locais, como o CEO. Ambos convergiram em um ponto: a população de Pato Branco continua sofrendo com a demora em exames, cirurgias e atendimentos especializados, e é urgente que o município encontre soluções mais eficazes para garantir um atendimento digno e eficiente à sua comunidade.

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